Em delação, Cid diz que Flávio Bolsonaro foi contra golpe; Eduardo, a favor

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, afirmou, na delação premiada, que os filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), tinham posições divergentes sobre uma possível tentativa de golpe de Estado em 2022, para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo Cid, Flávio era contra a ideia, enquanto Eduardo fazia parte de um grupo mais radical, que defendia a tentativa de golpe para manter o pai, Jair Bolsonaro, no poder.

Entre os aliados da ala mais radical, Cid citou:

  • Filipe Martins, ex-assessor internacional de Bolsonaro
  • Onyx Lorenzoni, ex-ministro
  • Jorge Seif, senador
  • Gilson Machado, ex-ministro
  • Magno Malta, senador
  • Eduardo Bolsonaro, deputado federal
  • Mario Fernandes, general
  • Michelle Bolsonaro

Já Flávio, segundo a delação de Cid, pertencia a um grupo mais moderado, que defendia a transição de poder e aconselhava Bolsonaro a se consolidar como líder da oposição. Esse grupo incluía:

  • Flávio Bolsonaro, senador
  • Bruno Bianco, ex-advogado-geral da União
  • Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil
  • Batista Júnior, brigadeiro do ar e ex-comandante da Aeronáutica

Nesta quarta-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do acordo de delação premiada de Cid no inquérito sobre a trama golpista. Com isso, os 14 depoimentos do tenente-coronel se tornaram públicos.

As informações fornecidas por Cid ajudaram na investigação da Polícia Federal (PF), que indiciou Bolsonaro por suposto plano de golpe de Estado. O caso levou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a denunciar 34 pessoas.