Entenda atuação de “Mainha do Crime“ como líder de quadrilha em SP

A “Mainha do Crime”, que foi presa nesta terça-feira (18) por envolvimento no latrocínio de um ciclista na zona Oeste de São Paulo, era responsável por armar assaltantes e comprar os celulares roubados, segundo investigação da Polícia Civil do estado.

Em entrevista coletiva, o delegado Marcel Druziani, titular do 11º DP (Santo Amaro), que investiga o grupo criminoso, detalhou a atuação de Suedna Barbosa Carneiro, apontada pela polícia como líder da quadrilha que realizava diversos roubos em regiões da capital paulista.

Após a investigação por satélites, celulares e cartões de crédito, a polícia concluiu que a suspeita não só fornecia o armamento para os bandidos, mas também comprava os aparelhos subtraídos das vítimas.

Os investigadores ainda encontraram uma tabela de preços para os produtos roubados no celular de Suedna, que foi apreendido na ação desta terça.

A mulher foi autuada em flagrante pelos crimes de posse ilegal das armas e receptação de celulares. A polícia apreendeu 18 celulares, R$ 21 mil, eletrônicos e identidades de pessoas que foram roubadas nas zonas Sul e Oeste de São Paulo.

O delegado ainda afirmou que Suedna é uma pessoa educada, não tem profissão e é mãe de três crianças. Em depoimento à polícia, ela confessou que as armas apreendidas são dela, assim como os celulares que foram roubados. Porém, nega que fomenta o crime, conforme contou o delegado Druziani.

Veja aqui quem era a “Mainha do Crime”

Ligação com assassinato de delegado

A Polícia Civil de São Paulo descobriu que a quadrilha envolvida na morte de um ciclista, no bairro do Itaim Bibi, na última quinta-feira (13), é a mesma envolvida no assassinato do delegado Josenildo Belarmino de Moura Júnior, de 32 anos, morto no dia 14 de janeiro, na rua Amaro Guerra, em Santo Amaro, zona Sul de São Paulo.

As investigações começaram a partir do homicídio de Belarmino, e culminaram após uma complexa investigação, chegando nos mesmos autores do roubo que resultou no assassinato do ciclista Vitor Felisberto Medrado no Parque do Povo, segundo a polícia.

A quadrilha, composta por sete a oito indivíduos, realizava assaltos em bairros como Itaim Bibi, Campo Belo e Santo Amaro. Utilizando motos com placas adulteradas, o grupo partia da comunidade de Paraisópolis para cometer os crimes e depois retornava ao local.

Sobre as investigações

O delegado revelou que as investigações utilizaram um levantamento feito por satélites, que monitorava celulares e cartões de crédito. O esquema envolvia o roubo e furto de dispositivos móveis que eram comprados por “Mainha do Crime”, financiadora da prática a partir da compra e revenda desses produtos.

“Nós estávamos atrás da morte do delegado e o leque foi abrindo e acredito que possa aumentar mais ainda”, disse o delegado do caso.

Polícia Civil chegou ao nome e apelido dos supostos autores dos crimes, e também até a informação de que celularesbolsas e outros pertences eram vendidos para a suspeita, já presa anteriormente pela mesma conduta. Após a coleta das informações a polícia chegou até a mulher, que foi presa em flagrante.

As investigações apontam que o armamento, encontrado em sua casa, pode ter sido utilizado na morte do delegado e do ciclistaCom base nas investigações conduzidas e a troca de informações com equipes de outros distritos, existe a possibilidade da mulher estar envolvida com a morte tanto do delegado quanto do ciclista, segundo a polícia.

A suspeita confessou ser dona do armamento, do capacete e dos celulares, porém negou fomentar o crime. Ela está sendo indiciada por receptação, posse ilegal de arma e adulteração de placa de moto.

A pericia balística, ainda a ser realizada, poderá confirmar se as armas apreendidas foram usadas nos crimes. Também serão periciados os 18 celulares apreendidos. A polícia também trabalha com a possibilidade de haver outro receptador em Paraisópolis. 

“Trata-se de uma suspeita muito forte, a perícia vai ser feita ainda, porque hoje apreendemos as armas”, completou o delegado.